quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Recebi pelo Gmail

Uma criança

As crianças apresentam-se em tamanhos, pesos e cores sortidas.
Encontram-se em toda parte, em cima, em baixo, fora, trepada,
pendurada, caindo, correndo, saltando.
Os pais as adoram, as visitas as detestam, as irmãs e os irmãos mais
velhos as toleram e o Céu as protege.

Uma criança é a verdade de cara suja, a sabedoria de cabelos
despenteados, a esperança de calças caindo.
Tem o apetite do cavalo, a digestão do avestruz, a energia da bomba
atômica, a curiosidade do mico, os pulmões de um ditador, a
imaginação de Júlio Verne, a timidez da violeta, a audácia da mola,
o entusiasmo do busca-pé e tem cinco polegares em cada mão quando
pratica suas reinações.

Adora chicletes, sorvetes, carrinhos, bonecas, a Páscoa e o Natal, e
gosta de ar livre, da água, dos animais grandes, dos automóveis e
aviões e dos domingos. Detesta as visitas, os livros sem figura,
cortar os cabelos, dias de chuva, tomar banho e a hora de dormir.
Levanta cedo e está sempre atrasada para as refeições.
Entre seus pertences há sempre um tesouro: um canivete enferrujado,
uma fruta verde mordida, um barbante, dois botões e algumas bolinhas
de gude, um pedaço de substância desconhecida e um objeto raro que
lhe é precioso por, quando muito, vinte e quatro horas.

É uma criatura mágica. Você pode fechar-lhe a porta de seu quarto de
ferramentas, mas não a de seu coração. Pode expulsá-la de seu
escritório, mas não de seu pensamento. Toda sua importância e sua
autoridade desmoronam-se diante dela, que é seu carcereiro, seu chefe,
seu amo...

Ela é uma ruidosa e despótica ditadora.

Mas quando você volta para casa, à noite, com esperanças, ambições
e nervos despedaçados, ela pode recompô-los num instante com suas
palavrinhas mágicas:

- "Oi Pai, Oi Mãe."

Parabéns por ter uma em casa. !!!

Nenhum comentário: